Dogue de Bordeaux: Padrão oficial

4 de fevereiro de 2010

Padrão oficial

Dogue de Bordeaux canil filhotes

APARÊNCIA GERAL: tipicamente um molossóide braquicefálico concavilíneo. O Dogue de Bordeaux é um cão muito poderoso, e seu corpo muito musculoso conserva um conjunto harmonioso. Construído mais para pernas curtas, isto é, de perfil, a altura do esterno ao solo é ligeiramente menor que a profundidade do peito. Seu aspecto é atarracado tipo atlético, imponente e autoconfiante.

PROPORÇÕES IMPORTANTES: o comprimento do tronco, desde a ponta dos ombros até a ponta do ísquio, é maior que sua altura na cernelha, na proporção de 11/10.

- a profundidade do peito é maior que a metade da altura na cernelha.
- comprimento máximo do focinho é igual a um terço do comprimento da cabeça.
- comprimento mínimo do focinho é igual a um quarto do comprimento da cabeça.
- nos machos o perímetro cefálico é quase igual à altura na cernelha.

COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: antigo cão de combate, talhado para a guarda, que assume com atenção e grande coragem, sem agressividade. Bom companheiro, é muito apegado ao seu dono e muito afetuoso. Calmo, equilibrado com alta capacidade de reação. O macho geralmente tem um caráter dominante.

CABEÇA: vista pela frente ou por cima, é bem volumosa, angulosa, larga, muito curta, de aspecto trapezoidal. As linhas superiores do crânio e do focinho convergem para a frente.

REGIÃO CRANIANA
- nos machos: o perímetro craniano, tomado no ponto da maior largura, é quase igual à altura na cernelha.
- nas fêmeas: pode ser ligeiramente menor.
O volume e a forma são as conseqüências do importante desenvolvimento dos ossos temporais, das arcadas suborbitárias, zigomáticas e da largura do segmento caudal da mandíbula. A face dorsal do crânio (D) é ligeiramente arqueada entre as orelhas.
- Stop muito marcado, fazendo, com a cana nasal, um ângulo quase reto (95° a 110°).
- Sulco sagital profundo, atenuando-se para o occipital. O frontal é dominante, portanto, ainda mais largo que alto.
- A cabeça é sulcada de rugas simétricas de cada lado da linha sagital. Essas rugas, profundas e torcidas, movem-se conforme a atitude do cão: em repouso ou em atenção.

REGIÃO FACIAL
Trufa: grande, de narinas bem abertas, bem pigmentada conforme a cor da máscara.
Admite-se a trufa arrebitada, mas não afundada contra o focinho.
Focinho: poderoso, largo, volumoso, mas não empastado sob os olhos; muito curto, linha superior ligeiramente côncava, com rugas tenuemente marcadas. A largura diminui ligeiramente até a ponta do focinho que, visto de cima, tem o formato geral quadrado. As linhas superiores, do crânio e do focinho, convergem em ângulo bem aberto para cima.
Quando a cabeça está na horizontal, a região anterior (1) do focinho, largo na raiz, volumoso e truncado, fica à frente de uma vertical (V), tangente à linha anterior da trufa. O perímetro do focinho aproxima-se dos dois terços do da cabeça. O comprimento (C), entre um quarto e um terço do comprimento total da cabeça, da trufa à protuberância occipital. Os limites (acima do terço e abaixo do quarto do comprimento da cabeça) são admitidos, mas indesejáveis, ficando o comprimento ideal do focinho compreendido entre os dois extremos.
Maxilares: muito poderosos e amplos. O cão é prognata (o prognatismo inferior é uma característica da raça). A face posterior dos incisivos inferiores está à frente e sem contato com a face anterior dos incisivos superiores. A mandíbula curva-se para cima. O queixo é bem marcado e não deve ultrapassar exageradamente o lábio superior, nem ser encoberto por ele.
Dentes: fortes, particularmente, os caninos. Os caninos inferiores são afastados e ligeiramente recurvados. Incisivos bem alinhados, principalmente, os inferiores, que são organizados em linha, aparentemente, reta.
Lábios: os superiores são espessos, moderadamente pendentes e retráteis. Vistos de perfil, apresentam uma linha inferior arredondada. Recobrem lateralmente a mandíbula sobre os lados. Na frente, o bordo do lábio superior permanece em contato com o lábio inferior, em seguida desce de cada lado formando um V invertido e aberto.
Bochechas: salientes, em virtude de um desenvolvimento muscular muito forte.
Olhos: ovais, largamente afastados, numa distância entre os cantos mediais, equivalente ao dobro da distância entre os bordos interno e externo de um mesmo olho (abertura palpebral). Olhar franco. A conjuntiva não deve ser aparente. Cor, do castanho ao marrom escuro, para os exemplares com máscara escura. Nos de máscara ruiva, tolerase, mas não é desejável, uma tonalidade mais clara.
Orelhas: relativamente pequenas, de cor um pouco mais escura que a cor da pelagem. O segmento anterior da linha de inserção (O) é um pouco mais alto. Portadas dobradas e caindo com o bordo anterior junto às faces, quando em atenção. A extremidade (R) é ligeiramente arredondada; seu tamanho não pode ultrapassar o olho. De inserção bem alta, de forma que, vistas de frente, a linha da dobra parece continuar a linha de contorno do crânio (LO), dando a impressão de mais largo.

PESCOÇO: muito forte, musculoso, quase cilíndrico. Garganta com fartura de pele, frouxa e elástica. O perímetro médio é quase igual ao do crânio. O pescoço é separado da cabeça por um sulco transversal, ligeiramente arqueado. É muito largo na base, fundindo-se na inserção com os ombros. A linha superior é ligeiramente arqueada. As barbelas são bem definidas e começam na garganta, fazendo dobras que vão até o antepeito, sem pender exageradamente.

TRONCO
Linha superior: firme, com um dorso amplo e bem musculoso, cernelha bem marcada, lombo largo muito curto e consistente, garupa moderadamente inclinada até a raiz da cauda.
Peito: poderoso, largo, amplo, descendo abaixo dos cotovelos. Antepeito igualmente amplo e poderoso e, visto de frente, a linha inferior entre os membros é convexa.
Costelas profundas e bem arredondadas, sem ser em barril. O perímetro torácico é de 25 a 30 cm maior que a altura na cernelha.
Linha inferior: arqueada, do peito profundo ao ventre retraído e firme, nem caída, nem esgalgada.

CAUDA: bem espessa na raiz. A ponta alcançando, de preferência, o nível dos jarretes, sem ultrapassá-los. Portada baixa, sem ser quebrada, ou nodosa, mas flexível. Cauda em repouso, eleva-se em geral de 90° a 120° em relação a esta posição; em movimento, sem curvar-se sobre o dorso ou se enrolar.

MEMBROS
Anteriores: ossatura forte. Membros muito musculosos.
Ombros: poderosos, com relevo muscular evidente. Inclinação média da escápula (em torno de 45° com a horizontal). Angulação escápulo-umeral pouco mais de 90°.
Braços: muito musculosos.
Cotovelos: trabalhando, bem ajustados, não muito rentes ao tórax e corretamente direcionados para a frente.
Antebraços: vistos de frente, retos ou ligeiramente inclinados para aproximarem-se do plano médio, principalmente, nos exemplares cujo peito é muito largo. Vistos de perfil, verticais.
Metacarpos: poderosos. De perfil, ligeiramente inclinados. Vistos de frente, às vezes, ligeiramente voltados para fora, para compensar a ligeira inclinação para dentro do antebraço.
Patas: fortes, compactas, unhas curvas, fortes, almofadas plantares bem desenvolvidas e elásticas; o dogue é digitígrado1, apesar do seu peso.
Posteriores: membros robustos, bem angulados com ossatura robusta. Vistos por trás, os membros são bem paralelos e verticais, revelando potência, apesar dos posteriores serem menos largos que os anteriores.
Coxas: muito desenvolvidas e grossas, exibindo relevo muscular.
Joelhos: trabalhando num plano vertical, paralelos ao plano médio ou, ligeiramente, voltados para fora.
Pernas: relativamente curtas e musculosas.
Jarretes: curtos, fortes, de angulação moderada.
Patas: um pouco mais longas que as anteriores, dígitos compactos.

MOVIMENTAÇÃO: bastante elástica para um molosso. Na passada, tem movimento amplo e flexível rente ao solo. Boa propulsão dos posteriores, boa amplitude dos anteriores, principalmente, no trote, que é a andadura preferida. Com a aceleração do trote, a cabeça tende a abaixar-se; a linha superior tende a ascender; as patas anteriores tendem a se aproximar do plano médio, indo buscar o solo bem à frente. O galope curto com deslocamento vertical muito importante. Capaz de grande velocidade em desenvolvimento rente ao solo em distâncias curtas.

PELE: espessa e suficientemente solta.

PELAGEM
Pêlo: curto, fino e de textura macia.
Cor: unicolores, em gamas de fulvos, do acaju ao isabela. Deve-se buscar uma boa pigmentação. Manchas brancas pouco extensas são admitidas no antepeito e nas patas.

MÁSCARA
1) Máscara Preta: prolonga-se muito pouco, não devendo invadir a região craniana. Poderá acompanhar ligeiro encarvoamento no crânio, orelhas, pescoço e parte superior do corpo. A trufa será, então, preta.
2) Máscara Marrom: anteriormente conhecida como vermelha ou bistre2: a trufa, neste caso, é marrom, bem como a orla das pálpebras.
3) Sem máscara: o pêlo é fulvo; a pele parece vermelha (anteriormente conhecida como vermelha). Nesse caso a trufa é avermelhada ou rósea.

TALHE: a altura na cernelha deve ser próxima ao perímetro da cabeça.
machos: 60 cm a 68 cm.
fêmeas: 58 cm a 66 cm.

PESO:
machos: mínimo de 50 quilos.
fêmeas: mínimo de 45 quilos.

FÊMEAS: com características idênticas, porém menos pronunciadas.

FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.

FALTAS GRAVES
- Hiperagressivo, medroso.
- Cabeça curta e redonda, com olhos esbugalhados.
- Hiperabuldogado (crânio chato, cana nasal medindo menos que um quarto do comprimento total da cabeça).
- Torção mandibular importante.
- Incisivos visíveis de maneira constante com a boca fechada.
- Dorso convexo.

- Cauda com vértebras soldadas, mas não desviadas.
- Patas anteriores voltadas para dentro, ainda que levemente.
- Patas anteriores exageradamente voltadas para fora.
- Coxas planas.
- Angulação de jarrete aberta demais (jarrete reto).
- Angulação de jarrete muito fechada, cão superangulado nos posteriores.
- Jarretes de vaca, jarretes em barril.
- Movimentação afetada ou rolagem importante nos posteriores.
- Sufocação excessiva, respiração gutural.
- Branco na ponta da cauda ou na região anterior dos membros, em cima do carpo ou do tarso.

DESQUALIFICAÇÕES
- Cabeça estreita com stop pouco acentuado, com a cana nasal medindo mais que um terço do comprimento total da cabeça (falta de tipicidade na cabeça).
- Cana nasal paralela à linha superior do crânio ou descendente, cana nasal convexa.
- Torção mandibular.
- Dogue sem prognatismo inferior.
- Caninos constantemente visíveis, com a boca fechada.
- Língua constantemente para fora, com a boca fechada.
- Cauda com nodosidades e desviada lateralmente ou torta (cauda em saca-rolhas).
- Cauda atrofiada.
- Antebraço torcido com o metacarpo muito cedido.
- Angulação de jarretes muito aberta (tarso desviado para a frente).
- Cor branca na cabeça ou sobre o corpo, outra cor de pelagem que o fulvo.
- Tara de desajustamento.

NOTAS:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
• todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.

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