Dogue de Bordeaux: fevereiro 2010

16 de fevereiro de 2010

Raymond Triquet critica DBX atual

À atenção de juízes, especialistas e criadores

Em todas as raças, o aumento do número de efetivos traz o risco de derivações com o aparecimento de indivíduos medíocres, facilmente identificáveis por serem pouco típicos, e ainda outros hipertípicos, que são um perigo para a raça mesmo sendo admirados por alguns adeptos da cinofilia espetáculo.

Nós recomendamos que você leia novamente as recomendações de 28 de outubro de 2004 (Comitê reunido em Ham em 4 de setembro de 2004), de 5 de agosto de 2004 (carta do presidente do Clube da Raça aos juízes) e de 18 de outubro de 2005 (seguindo o aparecimento, no mesmo ano, de um Dogue de Bordeaux de cor chocolate).

Quais são as lições aprendidas na excelente exposição de Ham, realizada em 02 e 03 de setembro de 2006? A raça está indo bem: muitos dos indivíduos são bem típicos, sãos, têm um temperamento estável e mostram afabilidade com seus proprietários. No entanto, é preciso evitar os extremos e, para isso, recomenda-se ler o padrão.

Cabeça:

- O perímetro da cabeça quase corresponde à altura da cernelha, podendo, portanto, ser um pouco menor ou um pouco maior. Isto quer dizer que não se deve selecionar as cabeças com um perímetro que ultrapassa a altura da cernelha em 20% sob o pretexto de que são espetaculares. Eles são monstruosidades.

- Focinho: a norma estabelece que "os limites (máximo de um terço e mínimo de um quarto do comprimento da cabeça) são admitidos, mas não desejáveis". Focinhos de raças de caça devem ser evitados, da mesma forma que focinhos semelhantes aos dos Bulldogs.

- O focinho e o crânio são enrugados, mas não devem apresentar sulcos profundos com sudorese nem dobras inchadas. Já foi visto um exemplo que envolvia completamente a face.

- Incisivos: incisivos muito pequenos dispostos de forma irregular definitivamente constituem uma falta.

- Narinas: narinas bem abertas são uma qualidade.

Uma cabeça típica é forte, trapezoidal (esta parece estar desaparecendo), com a expressão de uma esfinge transmitida pelos olhos espaçados, o maxilar inferior bem definido e lábios em forma de V invertido.

Altura da cernelha:

Até agora temos sido muito negligentes e alguns indivíduos têm a altura dos Mastiffes. Lembremos que o antigo padrão de 1921 dizia: "O Dogue de Bordeaux não é um gigante da espécie canina". As alturas máximas são de 68 centímetros mais uma tolerância de 2 centímetros para os machos e 66 centímetros mais uma tolerância de 2 centímetros para as fêmeas. Acima dessas medidas, um dogue não deve mais receber qualificação "excelente".

Cor:

É necessário adicionar uma precisão ao padrão. O Dogue de Bordeaux tem uma pelagem da cor fulvo. Esta pelagem pode ter uma sobreposição de preto ou marrom. São pelos "em faixas", "em zonas": parte de cada pelo é castanho ou mesmo cor de areia, e a ponta é preta ou marrom. Nós já especificamos que uma pelagem marrom deve ser rejeitada (classificada como "insuficiente", fora de padrão). Neste caso, cada pelo é totalmente marrom (chocolate). Geneticamente, uma pelagem marrom é diferente de uma pelagem com sobreposição de marrom. Nos Dogues de Bordeaux, a pelagem chamada de "acaju" é na realidade uma pelagem fulva com uma cobertura marrom (o fulvo verdadeiro é uma pelagem vermelha - veja o Setter irlandês). Essa sobreposição de marrom não deve cobrir todo o corpo a ponto de dar uma impressão geral de marrom. Um Dogue de Bordeaux com uma cobertura marrom deve ter algumas partes da pelagem de uma cor mais clara, com a parte acaju se destacando mais do que a parte fulva. Os pelos sobre os ombros, as costelas, etc. podem ser até completamente fulvos. Em todo caso, a pelagem nunca deve ser marrom escura (chocolate), e deve ser luminosa. O padrão diz: a pelagem deve ter cores na gama do fulvo.

Vamos fazer um resumo:

- Pelagem chocolate: desclassificado (pelos marrons em toda a sua extensão)
- Pelagem com cobertura marrom dando a impressão geral de pelos escuros: não pode ser classificado como "excelente"

Para branco, siga o padrão: "marcas brancas não invasivas são permitidas no peito e nas extremidades dos membros" (na garganta = falta, no queixo = desqualificação, nem no pescoço, cabeça ou corpo, mas todo mundo sabe disso).

Todo mundo sabe também que "uma cauda que apresenta vértebras soldadas mas sem desvio constitui uma falta grave". Por isso, é necessário analisar todas as caudas. Indivíduos que mereceriam no máximo uma classificação "bom" estão recebendo classificações "excelente".

Para terminar, o padrão diz que as fêmeas têm "características idênticas, mas menos acentuadas". As fêmeas que se assemelham aos machos por sua corpulência e cabeças desenvolvidas não são boas para fins de reprodução. Eles talvez sejam espetaculares para salões de exposição, mas os juízes devem preferir fêmeas bem típicas, sãs e que tenham uma marcha alegre e feminina.

M. Raymond Triquet
Presidente de Honra da SADB
Presidente da comissão de padrões da FCI

Dogue de Bordeaux canil filhotes

Pelagem acaju com forte sobreposição de marrom (permitido)


Dogue de Bordeaux canil filhotes
Pelagem chocolate (proibido)


Dogue de Bordeaux canil filhotes
Excesso de branco


Dogue de Bordeaux canil filhotes
Excesso de branco


Dogue de Bordeaux canil filhotes
Excesso de branco

8 de fevereiro de 2010

A linha superior

Ser ou Não ser côncavo?

Um novo problema surgiu entre criadores de Dogue de Bordeaux, especialmente nos Estados Unidos: "Há muita discussão sobre a linha superior".

O padrão FCI diz que o Dogue de Bordeaux é um "molossóide concavilíneo".

Os molossóides (classificação de Pierre Megnin, 1897) têm "o corpo massivo, rente ao solo". Animais concavilíneos (côncavo-alinhado, BARON) têm um contorno côncavo (não só a cabeça, mas também o corpo). O crânio é largo, o focinho virado para cima, o dorso côncavo, as extremidades (patas, cauda, ponta do focinho) grossas, os pés para fora e a pele grossa.


Dogue de Bordeaux canil filhotes
O Dogue de Bordeaux é basicamente um cão côncavo, mas criadores da raça têm trabalhado há um século para evitar exageros. Consequentemente a norma determina "um corpo muito musculoso, mas que mantém ainda um contorno harmonioso geral", "com estrutura rente ao solo" e a região do metacarpo "ligeiramente para fora". Agora, qual é o efeito dessa seleção sobre o Dogue de Bordeaux? A norma em francês diz que deve ser "bien soutenu", no sentido de "bem sustentado": as costas não devem ser nem arqueadas nem abaixadas.

Em cães côncavos a cernelha não é definida, ou é apenas ligeiramente definida. No nosso dogue, pelo contrário, a cernelha é "bem definida". Vários cães com costas retas são definidos como tendo "cernelha bem definida" ou "cernelha pronunciada": O Dobermann, o Pastor Belga, o Pointer Alemão, o Braco de Auvergne, etc. Há então uma depressão ligeira ou muito ligeira por trás da cernelha bem definida. A parte de trás inclina ligeiramente para baixo (exceto em cães "camped behind" na pista, como o Dobermann ou o Boxer, quando a inclinação é muito mais acentuada) na direção do lombo, que é sempre um pouco ou bem pouco arqueado. Não vamos falar da garupa, que não faz parte da linha superior.

No Dogue de Bordeaux, o dorso nunca desce para a traseira (o que seria contra a sua natureza). A linha superior nunca é perfeitamente reta num significado matemático, nem é horizontal. Na melhor das hipóteses, após a depressão atrás da cernelha, a linha sobe insensivelmente para se fundir no lombo ligeiramente arqueado. Isto é o que chamamos de linha superior "bem-sustentada". É por isso que no meu livro "Saga do Dogue de Bordeaux" eu disse nos comentários sobre o padrão que "Nenhum molosso tem uma linha superior retilínea. No Dogue de Bordeaux nós almejamos uma linha superior tão reta quanto seja possível em um cão concavialineo". Será que deveríamos descrever a linha superior como ascendente de trás para frente? Certamente que não! Sendo o padrão a descrição do modelo ideal, teríamos que lembrar rapidamente o dorso em arco dos Buldogues. Veja o que o British Kennel Club diz sobre o primo do nosso Dogue, o Bullmastiff: "dorso carpado e dorso selado são altamente indesejáveis". A norma britânica para o Buldogue diz: "o topo do lombo deve ser superior ao topo do ombro" (que é o topo da cernelha). Este nunca deve ser o caso do Dogue de Bordeaux.

Não se esqueça: não queremos características exageradas. É por isso que eu sugiro ilustrar este trabalho com o que eu chamei anteriormente de "a silhueta perfeita", mostrando o significado da expressão "uma linha superior mais reta possível".

Por M. Raymond Triquet - 29/04/2008

Dogue de Bordeaux canil filhotes

5 de fevereiro de 2010

Temperamento de guarda (videos)

O Dogue de Bordeaux de hoje é um cão que se destaca pelo excelente temperamento de guarda. Um cão com poder de dissuasão quase incomparável, seja pelo seu porte, sua musculatura, seu peito largo, cabeça desproporcional e/ou seu prognatismo, que lhe confere uma cara de “poucos amigos”.

 
É reconhecido mundialmente pela sua valentia, destemor e autoconfiança. O que faz dele um guardião muito controlado e confiável.

Um cão de guarda pouco vocalizada (late pouco). Até mesmo quando vai atacar o cão não dá sinais de mudanças comportamentais, tamanho a sua autoconfiança, simplesmente ataca, sem rosnado ou latidos.

O Dogue de Bordeaux é um molosso de grande dominância territorial e não aceita invasão em seus domínios. É, no geral, um cão que aceita bem as visitas. Não faz festa pra um estranho, porém, na presença de seu dono o cão o aceita, não sendo necessário prender o animal (exceto que o visitante tenha muito medo), que seguirá com olhos atentos o visitante, até que se sinta confortável com a presença deste.


 
O Dogue de Bordeaux é um cão talhado para o combate, a pele solta para melhor defesa, as proporções que lhe conferem enorme estabilidade em relação ao solo, a técnica de luta adquirida com o negro passado de rinhas e uma da mordidas mais fortes dentre os mamíferos terrestres. Por tanto, é um cão que só deve atacar em última circunstância. Tem dificuldade de largar a presa com comandos de voz, devido a enorme excitabilidade, provinda da genética de caça e rinha. Um cão controlado, mas com um ataque difícil de conter.

O Dogue de Bordeaux, em geral, tem uma guarda natural muito bem definida, dispensando treinamento de guarda.

4 de fevereiro de 2010

Ranking CBKC 2009


Atualizaremos mensalmente o ranking da raça Dogue de bordeaux, assim que começarem as exposições em 2010

Adultos (Apenas as 5 primeiras posições)

1 SHAMROCK DRAFT ARES - 936 Pts.
2 DUMBO KEMBITT 52 Pts.
3 JUSTIM RENDRE 16 Pts.
4 OSWRZZY DO SOLL VERMELHO 8 Pts.
   PETRUSHA DO SOLL VERMELHO 8 Pts.
5 TYSON M.C.S.O. 7 Pts.
   GIANT KEEPER DAIRA 7 Pts.

Jovens (Apenas as 3 primeiras posições)

1 GIANT KEEPER DAIRA 32
2 TYSON M.C.S.O. 28
3 JUSTIM RENDRE 11

Promissores (Apenas as 3 primeiras posições)

1 GIANT KEEPER DEXTER 49
2 GIANT KEEPER DAIRA 14
3 TYSON M.C.S.O. 3

Padrão oficial

Dogue de Bordeaux canil filhotes

APARÊNCIA GERAL: tipicamente um molossóide braquicefálico concavilíneo. O Dogue de Bordeaux é um cão muito poderoso, e seu corpo muito musculoso conserva um conjunto harmonioso. Construído mais para pernas curtas, isto é, de perfil, a altura do esterno ao solo é ligeiramente menor que a profundidade do peito. Seu aspecto é atarracado tipo atlético, imponente e autoconfiante.

PROPORÇÕES IMPORTANTES: o comprimento do tronco, desde a ponta dos ombros até a ponta do ísquio, é maior que sua altura na cernelha, na proporção de 11/10.

- a profundidade do peito é maior que a metade da altura na cernelha.
- comprimento máximo do focinho é igual a um terço do comprimento da cabeça.
- comprimento mínimo do focinho é igual a um quarto do comprimento da cabeça.
- nos machos o perímetro cefálico é quase igual à altura na cernelha.

COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: antigo cão de combate, talhado para a guarda, que assume com atenção e grande coragem, sem agressividade. Bom companheiro, é muito apegado ao seu dono e muito afetuoso. Calmo, equilibrado com alta capacidade de reação. O macho geralmente tem um caráter dominante.

CABEÇA: vista pela frente ou por cima, é bem volumosa, angulosa, larga, muito curta, de aspecto trapezoidal. As linhas superiores do crânio e do focinho convergem para a frente.

REGIÃO CRANIANA
- nos machos: o perímetro craniano, tomado no ponto da maior largura, é quase igual à altura na cernelha.
- nas fêmeas: pode ser ligeiramente menor.
O volume e a forma são as conseqüências do importante desenvolvimento dos ossos temporais, das arcadas suborbitárias, zigomáticas e da largura do segmento caudal da mandíbula. A face dorsal do crânio (D) é ligeiramente arqueada entre as orelhas.
- Stop muito marcado, fazendo, com a cana nasal, um ângulo quase reto (95° a 110°).
- Sulco sagital profundo, atenuando-se para o occipital. O frontal é dominante, portanto, ainda mais largo que alto.
- A cabeça é sulcada de rugas simétricas de cada lado da linha sagital. Essas rugas, profundas e torcidas, movem-se conforme a atitude do cão: em repouso ou em atenção.

REGIÃO FACIAL
Trufa: grande, de narinas bem abertas, bem pigmentada conforme a cor da máscara.
Admite-se a trufa arrebitada, mas não afundada contra o focinho.
Focinho: poderoso, largo, volumoso, mas não empastado sob os olhos; muito curto, linha superior ligeiramente côncava, com rugas tenuemente marcadas. A largura diminui ligeiramente até a ponta do focinho que, visto de cima, tem o formato geral quadrado. As linhas superiores, do crânio e do focinho, convergem em ângulo bem aberto para cima.
Quando a cabeça está na horizontal, a região anterior (1) do focinho, largo na raiz, volumoso e truncado, fica à frente de uma vertical (V), tangente à linha anterior da trufa. O perímetro do focinho aproxima-se dos dois terços do da cabeça. O comprimento (C), entre um quarto e um terço do comprimento total da cabeça, da trufa à protuberância occipital. Os limites (acima do terço e abaixo do quarto do comprimento da cabeça) são admitidos, mas indesejáveis, ficando o comprimento ideal do focinho compreendido entre os dois extremos.
Maxilares: muito poderosos e amplos. O cão é prognata (o prognatismo inferior é uma característica da raça). A face posterior dos incisivos inferiores está à frente e sem contato com a face anterior dos incisivos superiores. A mandíbula curva-se para cima. O queixo é bem marcado e não deve ultrapassar exageradamente o lábio superior, nem ser encoberto por ele.
Dentes: fortes, particularmente, os caninos. Os caninos inferiores são afastados e ligeiramente recurvados. Incisivos bem alinhados, principalmente, os inferiores, que são organizados em linha, aparentemente, reta.
Lábios: os superiores são espessos, moderadamente pendentes e retráteis. Vistos de perfil, apresentam uma linha inferior arredondada. Recobrem lateralmente a mandíbula sobre os lados. Na frente, o bordo do lábio superior permanece em contato com o lábio inferior, em seguida desce de cada lado formando um V invertido e aberto.
Bochechas: salientes, em virtude de um desenvolvimento muscular muito forte.
Olhos: ovais, largamente afastados, numa distância entre os cantos mediais, equivalente ao dobro da distância entre os bordos interno e externo de um mesmo olho (abertura palpebral). Olhar franco. A conjuntiva não deve ser aparente. Cor, do castanho ao marrom escuro, para os exemplares com máscara escura. Nos de máscara ruiva, tolerase, mas não é desejável, uma tonalidade mais clara.
Orelhas: relativamente pequenas, de cor um pouco mais escura que a cor da pelagem. O segmento anterior da linha de inserção (O) é um pouco mais alto. Portadas dobradas e caindo com o bordo anterior junto às faces, quando em atenção. A extremidade (R) é ligeiramente arredondada; seu tamanho não pode ultrapassar o olho. De inserção bem alta, de forma que, vistas de frente, a linha da dobra parece continuar a linha de contorno do crânio (LO), dando a impressão de mais largo.

PESCOÇO: muito forte, musculoso, quase cilíndrico. Garganta com fartura de pele, frouxa e elástica. O perímetro médio é quase igual ao do crânio. O pescoço é separado da cabeça por um sulco transversal, ligeiramente arqueado. É muito largo na base, fundindo-se na inserção com os ombros. A linha superior é ligeiramente arqueada. As barbelas são bem definidas e começam na garganta, fazendo dobras que vão até o antepeito, sem pender exageradamente.

TRONCO
Linha superior: firme, com um dorso amplo e bem musculoso, cernelha bem marcada, lombo largo muito curto e consistente, garupa moderadamente inclinada até a raiz da cauda.
Peito: poderoso, largo, amplo, descendo abaixo dos cotovelos. Antepeito igualmente amplo e poderoso e, visto de frente, a linha inferior entre os membros é convexa.
Costelas profundas e bem arredondadas, sem ser em barril. O perímetro torácico é de 25 a 30 cm maior que a altura na cernelha.
Linha inferior: arqueada, do peito profundo ao ventre retraído e firme, nem caída, nem esgalgada.

CAUDA: bem espessa na raiz. A ponta alcançando, de preferência, o nível dos jarretes, sem ultrapassá-los. Portada baixa, sem ser quebrada, ou nodosa, mas flexível. Cauda em repouso, eleva-se em geral de 90° a 120° em relação a esta posição; em movimento, sem curvar-se sobre o dorso ou se enrolar.

MEMBROS
Anteriores: ossatura forte. Membros muito musculosos.
Ombros: poderosos, com relevo muscular evidente. Inclinação média da escápula (em torno de 45° com a horizontal). Angulação escápulo-umeral pouco mais de 90°.
Braços: muito musculosos.
Cotovelos: trabalhando, bem ajustados, não muito rentes ao tórax e corretamente direcionados para a frente.
Antebraços: vistos de frente, retos ou ligeiramente inclinados para aproximarem-se do plano médio, principalmente, nos exemplares cujo peito é muito largo. Vistos de perfil, verticais.
Metacarpos: poderosos. De perfil, ligeiramente inclinados. Vistos de frente, às vezes, ligeiramente voltados para fora, para compensar a ligeira inclinação para dentro do antebraço.
Patas: fortes, compactas, unhas curvas, fortes, almofadas plantares bem desenvolvidas e elásticas; o dogue é digitígrado1, apesar do seu peso.
Posteriores: membros robustos, bem angulados com ossatura robusta. Vistos por trás, os membros são bem paralelos e verticais, revelando potência, apesar dos posteriores serem menos largos que os anteriores.
Coxas: muito desenvolvidas e grossas, exibindo relevo muscular.
Joelhos: trabalhando num plano vertical, paralelos ao plano médio ou, ligeiramente, voltados para fora.
Pernas: relativamente curtas e musculosas.
Jarretes: curtos, fortes, de angulação moderada.
Patas: um pouco mais longas que as anteriores, dígitos compactos.

MOVIMENTAÇÃO: bastante elástica para um molosso. Na passada, tem movimento amplo e flexível rente ao solo. Boa propulsão dos posteriores, boa amplitude dos anteriores, principalmente, no trote, que é a andadura preferida. Com a aceleração do trote, a cabeça tende a abaixar-se; a linha superior tende a ascender; as patas anteriores tendem a se aproximar do plano médio, indo buscar o solo bem à frente. O galope curto com deslocamento vertical muito importante. Capaz de grande velocidade em desenvolvimento rente ao solo em distâncias curtas.

PELE: espessa e suficientemente solta.

PELAGEM
Pêlo: curto, fino e de textura macia.
Cor: unicolores, em gamas de fulvos, do acaju ao isabela. Deve-se buscar uma boa pigmentação. Manchas brancas pouco extensas são admitidas no antepeito e nas patas.

MÁSCARA
1) Máscara Preta: prolonga-se muito pouco, não devendo invadir a região craniana. Poderá acompanhar ligeiro encarvoamento no crânio, orelhas, pescoço e parte superior do corpo. A trufa será, então, preta.
2) Máscara Marrom: anteriormente conhecida como vermelha ou bistre2: a trufa, neste caso, é marrom, bem como a orla das pálpebras.
3) Sem máscara: o pêlo é fulvo; a pele parece vermelha (anteriormente conhecida como vermelha). Nesse caso a trufa é avermelhada ou rósea.

TALHE: a altura na cernelha deve ser próxima ao perímetro da cabeça.
machos: 60 cm a 68 cm.
fêmeas: 58 cm a 66 cm.

PESO:
machos: mínimo de 50 quilos.
fêmeas: mínimo de 45 quilos.

FÊMEAS: com características idênticas, porém menos pronunciadas.

FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.

FALTAS GRAVES
- Hiperagressivo, medroso.
- Cabeça curta e redonda, com olhos esbugalhados.
- Hiperabuldogado (crânio chato, cana nasal medindo menos que um quarto do comprimento total da cabeça).
- Torção mandibular importante.
- Incisivos visíveis de maneira constante com a boca fechada.
- Dorso convexo.

- Cauda com vértebras soldadas, mas não desviadas.
- Patas anteriores voltadas para dentro, ainda que levemente.
- Patas anteriores exageradamente voltadas para fora.
- Coxas planas.
- Angulação de jarrete aberta demais (jarrete reto).
- Angulação de jarrete muito fechada, cão superangulado nos posteriores.
- Jarretes de vaca, jarretes em barril.
- Movimentação afetada ou rolagem importante nos posteriores.
- Sufocação excessiva, respiração gutural.
- Branco na ponta da cauda ou na região anterior dos membros, em cima do carpo ou do tarso.

DESQUALIFICAÇÕES
- Cabeça estreita com stop pouco acentuado, com a cana nasal medindo mais que um terço do comprimento total da cabeça (falta de tipicidade na cabeça).
- Cana nasal paralela à linha superior do crânio ou descendente, cana nasal convexa.
- Torção mandibular.
- Dogue sem prognatismo inferior.
- Caninos constantemente visíveis, com a boca fechada.
- Língua constantemente para fora, com a boca fechada.
- Cauda com nodosidades e desviada lateralmente ou torta (cauda em saca-rolhas).
- Cauda atrofiada.
- Antebraço torcido com o metacarpo muito cedido.
- Angulação de jarretes muito aberta (tarso desviado para a frente).
- Cor branca na cabeça ou sobre o corpo, outra cor de pelagem que o fulvo.
- Tara de desajustamento.

NOTAS:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.
• todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.